Competition

Você cuida da sua saúde mental? Esta é uma pergunta um tanto profunda, mas muito necessária nos dias atuais. Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) revelam que o Brasil é o país com maior percentual de depressão na América Latina, chegando a 5,8% da população, o que corresponde a 12 milhões de pessoas.

Francine Souza, 36, faz parte dessa estatística. Há 15 anos ela enfrenta crises de ansiedade, que desencadearam a depressão e a síndrome do pânico, problemas com os quais convive até hoje: “Quando recebi o diagnóstico, em 2004, a primeira coisa que fiz foi negar, naquela época esse assunto era ainda mais nebuloso, tive muito medo”, afirma.

Existem vários gatilhos que podem desencadear desequilíbrios e afetar a saúde mental, consequentemente, provocar problemas psicológicos e psiquiátricos, inclusive, o sedentarismo pode ser um deles.

“O sedentarismo diminui os níveis de endorfina, serotonina, adrenalina, testosterona entre outros neurotransmissores que agem diretamente na nossa sensação de bem-estar, autoestima, produtividade e socialização. E aumenta cada vez mais os níveis de cortisol, que é o hormônio que ajuda o organismo a controlar o estresse, a sensação de cansaço e irritação, isso interfere diretamente na nossa maneira de enxergar e interpretar o mundo, abrindo uma porta para o desenvolvimento da depressão”, afirma o Especialista em Psicologia do Esporte e Professor da Competition, Rodrigo Bessa.

Francine relata que, mesmo assustada com o diagnóstico, logo começou o acompanhamento com psiquiatra e, há dois anos, atividade física e saúde mental se tornaram aliadas nessa luta diária. “O esporte me ajuda muito, sempre depois de um treino me sinto como no jogo de videogame do Mário Bros quando o personagem come aquele cogumelo e ganha uma vida extra para continuar. O ambiente da academia também me faz muito bem, me sinto acolhida”, comenta, bem-humorada.

ATIVIDADE FÍSICA E SAÚDE MENTAL

O especialista Rodrigo Bessa explica que essa sensação de energia e disposição após a atividade física é provocada justamente pela liberação das famosas endorfina e serotonina que, entre outras coisas, atuam na regulação do humor, gerando uma sensação de bem-estar e contribuindo para a diminuição dos níveis de ansiedade e estresse, além do fator social.

“Praticar atividade física proporciona um ambiente de socialização muito importante, somos seres sociais, precisamos interagir para sobreviver. Geralmente os ambientes de esporte, recreação, lazer e as aulas coletivas, trazem um clima de amizade e diversão, fazendo com o indivíduo se sinta pertencente a um grupo, contribuindo muito para a manutenção da sua saúde mental”,

Para finalizar, Francine deixa um recado importante para todas as pessoas que estão precisando de suporte para cuidar da saúde metal nesse momento: “Não tenha medo ou vergonha de buscar ajuda, tanto no sentindo de encontrar profissionais capacitados e terapias adequadas para o seu caso ou de conversar com amigos e familiares, é possível viver, ser feliz e vencer diariamente a depressão, a síndrome do pânico e todas essas doenças psíquicas. Tão importante quanto cuidar da saúde física é estar em dia com a sua mental”.

https://www.instagram.com/p/B0EJbO3g6K4/?utm_source=ig_web_copy_link

SETEMBRO AMARELO

O Setembro Amarelo é uma campanha de conscientização sobre a prevenção do suicídio. No Brasil, foi criado em 2015 pelo CVV (Centro de Valorização da Vida), CFM (Conselho Federal de Medicina) e ABP (Associação Brasileira de Psiquiatria).

Nesse artigo, você conheceu mais sobre a relação entre atividade física e saúde mental. Agora, que tal conferir o projeto do Setembro Amarelo? Acesse: https://www.setembroamarelo.org.br.