COMO AMAR O PRÓPRIO CORPO?

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29/02/2024

Estabelecer uma relação amorosa e confiante com nosso corpo nem sempre é uma tarefa fácil. Em um mundo repleto de padrões de beleza irreais, amar o próprio corpo é, mais do que nunca, um ato de resistência. Afinal, é preciso lutar para reconhecer em si a singularidade de cada “imperfeição”, curva ou cicatriz.

Ao abraçar a nossa individualidade, aprendemos que cada um possui a sua própria beleza. Isso nos ajuda a trilhar um caminho poderoso na construção de uma relação saudável com nós mesmas, abrindo espaço para o tão almejado amor próprio.

AMAR O PRÓPRIO CORPO: UM CAMINHO PARA A AUTOACEITAÇÃO

Para construir uma conexão mais amorosa consigo mesma, é essencial refletir sobre a percepção do nosso próprio corpo e ampliar o diálogo. Para falar sobre o assunto, conversamos com a Mari Cüry, fotógrafa e especialista em imagem feminina. Confira abaixo a entrevista completa:

Competition – Quando você começou a pensar sobre sua relação com o seu corpo e sua autoimagem? Houve algum momento ou experiência que te marcou?

Mari Cüry – Essa relação começou muito cedo, e não de uma forma consciente e saudável. Quando criança, ouvi uma tia fazer um comentário sobre o meu corpo num tom debochado. Naquele momento uma “chave” virou; até então, a única preocupação era brincar, e então comecei a sentir alguns incômodos, que já eram o início da pressão dos padrões estéticos no corpo da mulher.

Como você construiu sua jornada de aceitação?

Gosto de dizer que esta jornada é de autoconhecimento, consciência, reconhecimento e apropriação. Sou formada em Moda e Fotografia e atuei durante muitos anos na área de Consultoria de Imagem. Estes ambientes me proporcionaram momentos e experiências de muita reflexão e incômodo, o que provocou uma abertura para trilhar um caminho de relação mais saudável com o meu corpo e imagem pessoal.

O que levou você a decidir voltar a sua atuação para a (auto)imagem feminina?

A moda sempre foi sedutora para mim e foi por meio dela que descobri o significado da imagem pessoal. Mais do que aparência, aborda questões comportamentais que completam o significado de imagem e sua comunicação. Durante dez anos, trabalhei como consultora de imagem e, nesse período, fui percebendo que quase 100% das mulheres que eu atendia estavam insatisfeitas com seus corpos. Muitas vezes, me deparei com pessoas maravilhosas e profissionais incríveis, mas que sempre acabavam se reduzindo à aparência. Olhar para aquelas mulheres tão especiais, e ver que elas não se sentiam confortáveis com seus corpos, me deixava inconformada. Elas não viam com clareza seus encantos e belezas.

Um dia, percebi que eu também era uma delas, que constantemente me reduzia à minha aparência e também não me sentia confortável com meu próprio corpo. Foi nesse momento que decidi que o meu trabalho tinha que ajudar a libertar as mulheres do peso dos padrões estéticos e estimular a autoestima.

Desde 2015, venho estudando e me aprofundando nesse tema e criando alternativas sustentáveis para que as mulheres consigam estabelecer uma relação mais respeitosa com seus corpos e imagem pessoal.

Na sua visão, quais são os principais desafios/ influências a que as mulheres estão submetidas quando o assunto é a aparência física?

A resposta para essa pergunta transita entre temas profundos e um tanto quanto incômodos como o patriarcado, machismo e capitalismo. Os corpos femininos são objetificados e sexualizados o tempo todo e, para nos sentirmos em paz, confiantes, atraentes, desejadas, admiradas e tudo mais,despertamos um funcionamento frenético para nos encaixarmos no padrão estético vigente que, na maioria das vezes, é inatingível.

Ou seja, se existe um padrão imposto, que é inatingível e as mídias enaltecem, é óbvio que isso vai gerar frustração e descontentamento com a imagem pessoal. Para o mercado, essa frustração é fundamental, pois gera lucro. Pesquisas apontam que as indústrias da dieta, beleza, estética e procedimento cirúrgico movimentam bilhões na economia.

Isso faz com que a gente banalize e invista em procedimentos que são dolorosos, invasivos e, muitas vezes, perigosos. Acho que uma das coisas mais importantes a se fazer é começar a estimular uma apreciação por belezas de mulheres reais.

Sabe aquela amiga, prima, tia, irmã que você acha bonita? Já parou pra pensar por que você a acha bonita? Essa reflexão ajuda a “desidealizar” os padrões; às vezes a gente alimenta uma admiração por uma pessoa famosa, que passa a vida refém da aparência e nem sempre se sente bem e feliz.

Como é sua relação com a sua imagem hoje?

Eu vivo em constante evolução, dias bons e dias difíceis também, mas fui aprendendo a lidar com essas questões. Mesmo tendo características que se encaixam dentro do padrão imposto, sou uma mulher que foi criada nesse sistema que nos reduz à aparência e frustra muito.

A partir do momento que tive consciência de tudo que nos é imposto, procuro estimular um olhar para a minha imagem de forma muito mais respeitosa com quem eu sou, com as minhas características naturais e tudo que eu vivi. Não sou contra os procedimentos, muito menos a vaidade, só acho que existe uma linha tênue que nos escraviza. Encontrar um lugar confortável para se relacionar com o nosso corpo e imagem pessoal é fundamental.

Que conselho você daria para outras mulheres que estão lutando para amar e
aceitar seus corpos?

Em primeiro lugar é fundamental o entendimento do ambiente e cultura em que se vive. A criação e educação podem estruturar pensamentos de autocobrança e anseio para atender expectativas de padrões irreais.

Acho importante ter um critério de seleção nos tipos de informações que são consumidas, principalmente dentro das mídias. Seguir e consumir conteúdo de pessoas que vendem aparências “perfeitas” segundo os padrões, ou muito distantes da realidade individual, pode gerar grande frustração e insatisfação corporal. Por fim, cultivar o hábito de reconhecer as mulheres bonitas no entorno, refletir sobre essa admiração, elogiar e também saber aceitar elogios.

E como mulheres podem se apoiar nesta jornada?

Fomos educadas a achar que mulheres são inimigas e isso é só mais uma herança limitante do patriarcado que nos distancia uma das outras. As conexões femininas proporcionam uma força vivaz, a qual eu gosto muito de partilhar também por onde conduzo meu trabalho.

Tem profissionais incríveis no mercado que disponibilizam um conteúdo de qualidade, com discurso humano e respeitoso. Participar de grupos, cursos e diálogos que abordem temas deste universo pode ser extremamente significante. Inclusive desenvolvo grupos femininos para rodas de conversas, workshops e cursos, com o intuito de criar conexões e ressignificar suas relações com seus corpos e imagem pessoal.



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